. Reforma da Rodoviária de ...
. Polícia Militar afasta po...
. MILICIANO MORTO NA BAHIA ...
. Morre hoje aos 89 anos, o...
. LINHA DO SAMBA PARA O CAR...
. JORNAL DA TRIBUNA 2ª EDIÇ...
. Voz que liberou entrada d...
. ELENCO DE "ZORRA" DA TV G...
. POLÍCIA RECUA E ACUSADAS ...
A voz do porteiro que liberou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, não é a do mesmo que havia mencionado o presidente Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH).
De acordo com o laudo, a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no local foi o policial reformado Ronnie Lessa, morador do condomínio e vizinho de Bolsonaro. Tanto Élcio como Lessa estão presos. O primeiro é acusado de ter dirigido o veículo usado no crime, e o segundo é acusado de ter efetuado os disparos contra Marielle e Anderson.
Conforme reportagem que foi ao ar no Jornal Nacional em 29 de outubro de 2019, 1 dos porteiros afirmou em depoimento que Jair Bolsonaro, então deputado federal, havia liberado a entrada de Élcio no condomínio. Depois, o homem voltou atrás e afirmou que errou ao dizer que havia falado com "seu Jair".
Ao apurar as declarações dadas no depoimento, o Jornal Nacional pesquisou os registros da Câmara dos Deputados e encontrou uma contradição. Jair Bolsonaro estava em Brasília naquele dia, como mostram os registros de presença em duas votações no plenário: às 14h00 e às 20h30. Portanto, ele não poderia estar no Rio.
Agora, o laudo da Polícia Civil assinado por 6 peritos confirmou que outro funcionário havia interfonado naquele dia para Lessa, e não o porteiro que havia dado o depoimento envolvendo Jair Bolsonaro. Segundo o documento ao qual "O Globo" teve acesso, não há "indícios sugestivos de edição fraudulenta" do disco rígido (HD) analisado, que contém registros do sistema de gravação do interfone.
Na perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), foram comparadas as vozes de quatro porteiros que estavam no turno daquela tarde. No áudio, de poucos segundos, os peritos apontam “limitações na quantidade de material examinado”.
Eles afirmam, no entanto, segundo "O Globo", que o áudio "possui características convergentes com a fala padrão coletada pelo porteiro Z, mais do que qualquer outro dos porteiros analisados".
O "porteiro Z" ao qual o documento se refere não é o mesmo que estava de plantão e havia mencionado Bolsonaro em seu depoimento. Os peritos perceberam "jovialidade" e "energia" na fala deste porteiro, além do jeito diferente dos demais de pronunciar "portaria". O porteiro do depoimento tem mais 50 anos.
O laudo também explica que o dono da segunda voz masculina, Ronnie Lessa, não se identifica. No entanto, por meio de uma comparação de 13 conversas do ex-PM com a portaria do condomínio, em 12 delas ele usa a palavra "pronto" da mesma forma: "rispidamente", segundo explica o jornal. Essa voz é chamada pelo nome de "Ronnie" pelos porteiros em quatro dessas ligações.
O áudio periciado pela Polícia Civil captou ainda, segundo a reportagem de "O Globo", o som da discagem dos números "6" e "5", da casa 65, de Lessa. O porteiro do depoimento que citou Bolsonaro havia dito que Élcio de Queiroz pediu para ir à casa 58, de Bolsonaro.