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A tradicional festa junina do morro da Nova Cintra não será mais realizada em 2016. Incialmente uma pequena festa realizada a partir do final do século 19, promovida pelos imigrantes portugueses que povoaram o morro e seus descendentes, a festa junina do morro da Nova Cintra era, nos anos 60, o maior evento do gênero de Santos, frequentado por milhares em busca de um bom quentão ou um caldo verde. Com um público cada vez maior, a tradicional festa adquiriu um tamanho de difícil administração, especialmente no quesito segurança. A Nova Cintra não é mais o morro pacato de seus primeiros moradores, das plantações de banana, e alambiques da mais pura e famosa cachaça. Os portugueses e seus descendentes estão obrigados ou submetidos a conviver com o crime organizado que impõe a lei a partir da Vila Progresso, um misto de urbanização e favela, em uma extremidade do morro.
O anúncio oficial do cancelamento da próxima festa foi confirmado pela Paróquia São João Batista, o padroeiro do morro. E, pela primeira vez em 67 anos, o entorno de sua igreja, na Praça Guadalajara, não verá montado o célebre restaurante de pratos típicos portugueses. E durante todo o mês de junho até meados de julho, todas as barracas com quitutes da época não serão armadas e parte da renda deixará de reverter em benefício das obras sociais mantidas pela paróquia, que a utiliza para vários programas que vão das jornadas de alfabetização para adultos a cursos profissionalizantes para a população carente do morro. Embora a paróquia ainda não tenha se manifestado, este blog apurou que sua realização era considerada um evento de alto risco pela Polícia Militar, que não tem condições de impedir assaltos a motoristas, como vinha acontecendo nas últimas edições da festa.
Frequentador da festa, que passei a evitar depois de seu meteórico crescimento, estou entre os que lamentam seu fim. Seu cancelamento representa o fim de uma tradição muito antiga. Tenho amigos que nasceram, cresceram e vivem no morro, a maioria de origem portuguesa. Um deles, que mora em uma casa que mais parece um sítio, nas proximidades da Casa do Sol, um abrigo para idosos mantido pela maçonaria, admite que “a Nova Cintra não é mais a mesma e hoje parte de seus moradores vive com medo”. E esse medo, como já foi dito, parte da Vila Progresso, onde estão instalados os chefes de importante facção que domina o tráfico de drogas em muitos pontos da cidade. Resta aguardar pelo pronunciamento oficial da paróquia, promotora da festa e da prefeitura de Santos, que além de incluí-la no calendário oficial, sempre forneceu o apoio logístico necessário. A cidade cresceu e os tempos são outros.
A quermesse foi criada em 1947 para arrecadar fundos e construir uma igreja maior. Após algumas edições, os frequentadores acumularam o necessário para nivelar o terreno — onde hoje está a Praça Guadalajara — e fizeram o plano virar realidade.
Com a ajuda de muitos moradores – a maioria portugueses da Ilha da Madeira – a paróquia começou a ser construída no início da década de 1960.
A atual estrutura da igreja foi inaugurada em 1963. A paróquia está prestes a completar 100 anos, atendendo quem vive no Morro da Nova Cintra e em outras comunidades, como a Vila Progresso e o Santa Maria.
A 68ª edição da Festa de Louvor a São João Batista, no Morro da Nova Cintra, se limitava, em 2015, às cerimônias religiosas na igreja da Praça Guadalajara. Houve novenas de 14 a 24 de junho, e missa festiva no último dia, seguida de uma procissão.