Terça-feira, 22 de Março de 2016

No final de fevereiro, a confirmação de que Praia Grande receberia uma praça de pedágio na altura do Km 294 da Rodovia Padre Manuel da Nóbrega ainda não foi bem digerida pelos municípios do Litoral Sul. As prefeituras de Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe – além da própria Praia Grande – entendem que a cobrança poderá prejudicar o desenvolvimento econômico da Baixada Santista, afastando investidores e até mesmo turistas, além de onerar a população local.
Os municípios do Litoral Sul articulam-se no intuito de demover o órgão da necessidade do pedágio no referido trecho – uma segunda praça está prevista para o Km 364, já em Itariri, no Vale do Ribeira.
“Independentemente de termos brigado pelo plano de concessões, até em defesa do aeroporto, somos totalmente contrários a esse pedágio. Uma praça como essa, a menos de 15 quilômetros de outra (em São Vicente, no Km 280), é um entrave para o crescimento não só do Litoral Sul, mas de toda a região”, comenta Eliseu Braga Chagas, secretário de Desenvolvimento Econômico de Itanhaém.
O anúncio da suspensão da criação de novos pedágios foi feito no Palácio dos Bandeirantes, sede oficial do governo paulista, e contou com a participação de autoridades, como o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o presidente do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano da Baixada Santista (Condesb), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que também é prefeito de Santos, os deputados federais Beto Mansur (PRB) e João Paulo Papa (PSDB), os deputados estaduais Caio França (PSB) e Paulo Correa Jr (PEN), além do prefeito de Itanhaém, Marco Aurélio Gomes dos Santos (PSDB).
Sábado, 12 de Março de 2016

Donald Trump não é propriamente conhecido por repetir chavões da política, mas há um em particular que nunca lhe sairá com um pingo de autenticidade mesmo com uma elevada dose de contorcionismo verbal: se Donald Trump chegar à Casa Branca, é garantido que nunca será o Presidente de todos os americanos.
As manifestações à entrada e no interior de cada comício de Donald Trump crescem de dia para dia, e na noite de sexta-feira (11/03) explodiram em cenas de pancadaria num pavilhão da Universidade do Illinois, em Chicago. De um lado, quase 10 mil apoiantes do magnata e da sua promessa de "tornar a América grande outra vez"; do outro, centenas de manifestantes, na sua maioria negros e de ascendência latino-americana, com cartazes com frases como "Não somos violadores".
O saldo dos confrontos no pavilhão, e lá fora, faz lembrar mais um jogo de futebol entre equipas britânicas na década de 1980 do que o comício de um candidato a Presidente da maior potência mundial: 5 detidos, 2 políciais feridos – 1 deles com cortes na cabeça provocados por uma garrafa – e 2 outras pessoas com ferimentos ligeiros, que ainda assim foram transportadas para 2 hospitais da região.
A poucos minutos de subir ao palco, e ainda antes de a confusão se ter generalizado, Donald Trump mandou dizer que o comício na Universidade do Illinois ia ser adiado. Já este sábado (12/03), foi noticiado que o líder na luta pela nomeação no Partido Republicano cancelou o comício marcado para domingo à tarde (13/03) no Centro de Convenções Duke Energy, em Cincinnati, no estado do Ohio, e também por razões de segurança.
Depois das cenas de pancadaria em Chicago, na noite de sexta-feira (11/03), Donald Trump passou por vários canais televisivos, para responder a perguntas sobre a forma como tem sido recebido em várias cidades um pouco por todo o país nas últimas semanas, e para apresentar a sua versão sobre o que aconteceu.
Igual a si mesmo, o candidato que tem sido acusado por várias figuras do próprio Partido Republicano de estar a dividir o país, disse que a violência em Chicago é a prova de que o país está dividido.
"Penso que o país está muito dividido, e está dividido há muito tempo. É muito triste, está dividido em vários grupos diferentes. Há muitas pessoas que estão transtornadas porque não viram um aumento do seu salário nos últimos 12 anos. Estão a tirar-nos os nossos postos de trabalho, estão a ser enviados para o México e para outros países.

A Justiça do Acre determinou que o engenheiro agrônomo, Marcos Maia, de 60 anos, morador de Rio Branco apague do Facebook todas as publicações relacionadas à ex-namorada de 25 anos, parentes e amigos dela. As mensagens ofensivas teriam tido início há cerca de 3 anos, quando a jovem terminou o relacionamento, ao descobir que ele era casado.
A decisão, assinada pela juíza Adimaura Souza, do Juizado Especial Cível da Comarca de Cruzeiro do Sul foi publicada no Diário da Justiça no início de março. Ao G1, a reclamante, que é psicóloga e prefere não se identificar, conta que tudo começou após ela terminar o relacionamento.
"Quando o conheci, ele disse que era solteiro. Quando descobri que ele era casado, eu não quis mais. Ele mandava presentes no meu condomínio querendo me agradar e eu nunca recebi nada. Até que proibi a entrada dele no condomínio onde que eu morava. Então, a partir daí, ele começou com isso", conta a psicóloga, que prefere não se identificar.
Segundo a advogada dela, Michelle Matos, a cliente teve um relacionamento amoroso com o homem durante aproximadamente 1 mês. Devido ao término da relação, ele passou a publicar ofensas por meio da rede social. “Ele começou a adicionar todo mundo da lista de contatos e passou a denegrir a imagem dela. Inclusive, estampando a foto dela em cada publicação”, diz.
Procurado pelo G1, o engenheiro agrônomo Marcos Maia alega que as postagens ofensivas em seu perfil no Facebook foram publicadas por outra pessoa. “Outras pessoas postaram. Eu acredito que ela usou minha senha, porque no tempo que estivemos juntos, ela tinha a senha e eu nunca mudei. Não publiquei nada contra ela”, afirma.
A psicóloga conta que, na época, morava em Rio Branco e tinha emprego permanente, porém teve que se mudar de município devido às ameças do engenheiro agrônomo.
"Fiz tratamento psicológico e psiquiátrico por causa disso. Eram mensagens ofensivas destinadas aos meus amigos e familiares. Tinha emprego e apartamento próprio em Rio Branco e tive que ir embora", lembra a jovem.
Antes de acionar a Justiça, ela conta que chegou a registrar 20 boletins de ocorrências contra o ex-namorado. "Tive que registrar 20 boletins contra ele, porque ele mandava mensagens para amigos de faculdade me difamando", acrescenta.
Conforme a determinação judicial, inicialmente, foi requerido que a página fosse retirada do ar. No entanto, a juíza entendeu que, por ora, a “retirada do perfil do Facebook seja medida radical, uma vez que há outras postagens que não se referem à parte reclamada”. Caso o homem não cumpra a medida em 5 dias, após ser intimado, a pena será de multa diária no valor de R$ 100,00.
A advogada da psicóloga fala ainda que o ex-namorado da cliente chegou a descumprir medidas protetivas. “Ele cumpriu pelo período de 1 ano, mas voltou a fazer as mesmas coisas. Isso já dura 3 anos, o relacionamento foi em 2013”, diz. Ela ressalta que uma audiência de conciliação já está marcada em março de 2016 para dar continuidade ao processo.
Maia diz que o relacionamento não durou apenas 1 mês, como alega a ex-namorada. Ele afirma ainda que, desde o momento em que a conheceu em uma sala de bate-papo na internet, contou que era casado. Ele diz ainda que está recebendo ameaças da família dela.
“Quem terminou, na verdade, fui eu, porque ela começou a ligar para meu filho e esposa. Eu vi que ela ia conturbar minha vida. Dessas pessoas eu quero distância. Estou sofrendo desde julho de 2015 ameaças da família dela. Tenho boletins registrados”, afirma.
Sábado, 5 de Março de 2016
Uma pedopsiquiatra e um "marketeer" dizem à Renascença que a cadeia de restaurantes vai atrás de uma moda. Falam de “fetiche psicológico” e da tentativa de criar uma sociedade assexuada. O governo concorda.
O menu "Happy Meal" da Mc Donald's vai deixar de oferecer brinquedos específicos para rapazes e raparigas. A regra, que começou nos Estados Unidos em 2014, ainda não foi aplicada em Portugal pela cadeia de restaurantes.
É uma forma de discriminação distinguir os brinquedos por sexo? A Renascença ouviu uma pedopsiquiatra e um “marketeer” e ambos são claros: “Não”. Já os clientes parecem dividir-se e o o Governo concorda com a mudança.
A pedopsiquiatra Ana Vasconcelos considera que “as coisas não devem ser radicais". “Em relação ao Mc Donald's , como especialista, acho que a identidade de género existe. Haver brincadeiras que são mais dos rapazes e outras mais das raparigas também existe e tem a ver com a genética e neurofisiologia, até à cultura e educação”.
A especialista diz que a cadeia de restaurantes foi apanhada na “moda do momento” em que se “fala muito” de transsexualidade e homossexualidade. “Eles quiseram estar na moda. São as chinesices que têm a ver com a nossa sociedade, que para mim é uma sociedade cheia de fetiches psicológicos”, defende.
“Isto é mais marketing, os mecanismos sexistas não passam por aqui”, conclui. “Os miúdos mais pequenos identificam que existe uma identidade de género e as suas escolhas também estão relacionadas com os objectos com que brincam”.
Ana Vasconcelos espera que esta situação sirva pelo menos para os pais poderem conversar com as crianças sobre estes temas.
A Renascença esteve no Mc Donald's do Rossio, em Lisboa, e os pais ouvidos dividiram-se nas opiniões.
O angolano Hélder Félix, de 44 anos, de viagem em Portugal, levou pela primeira vez a filha ao restaurante da cadeia de restaurantes norte-americanos. Apesar de longe da polémica, considera a mudança do Mc Donald's “agradável para não haver diferença no género e para que as crianças se habituem a brincar de forma unissexo”.
“Há crianças que têm casais de filhos e podem brincar só com um brinquedo. Aprendem a partilhar”, argumenta.
Já para Elisabete Cabuço, de 23 anos, a ideia "parece radical”. “Gostava que houvesse um brinquedo para os meninos e para as meninas”, sustenta. “É normal distinguir, não há nenhuma anormalidade.”


A jornalista Débora Bergamasco, autora da reportagem sobre a alegada delação de Delcídio, se pronunciou sobre o assunto no Facebook.
Ela apoiou a jornalista Nathalia Ziemkiewicz, numa discussão que esta teve no Facebook com Paulo Nogueira, diretor do DCM.
Nathalia criticou um artigo do DCM que levantava um possível conflito de interesses no trabalho de Débora, dada sua ligação com o ex-ministro da Justiça.
Nathalia escreveu num post que gostaria de revelar os bastidores da saída de Nogueira da Abril. Uma amiga de Nathalia comunicou a Nogueira o post, e ele perguntou a ela se sabia quais eram aqueles bastidores. Ela não tinha a menor ideia. (Depois, alegou que confundiu a Abril com a Globo.)
Em certo momento, Nathalia – que na refrega se juntou de diversos amigos – disse que gostaria que Débora reagisse à altura ao DCM.
Foi aí que a autora da reportagem interveio. O texto, que não toca no alegado conflito de interesses, está abaixo:
Nathalia, querida. Não a conheço, mas já sinto um imenso orgulho de sua posição firme, de uma mulher que não se intimida. A minha resposta a quem quer que seja está na reportagem feita com muito esforço pessoal, uma equipe incrível e, imagine se isso seria possível em 2016, por mérito próprio! Inimaginável, não?
Sabe, às vezes não há como se posicionar melhor do que fazendo o próprio trabalho. Agradeço sua solidariedade. Juntas somos mais fortes.
Sexta-feira, 4 de Março de 2016


A Operação Lava Jato chegou à 24ª fase na manhã desta sexta-feira (04/03). Segundo a Polícia Federal (PF), a operação ocorre na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo e em outras cidades de São Paulo, do Rio de Janeiro e da Bahia. Nesta manhã, policiais contiveram várias brigas entre manifestantes nas proximidades da residência de Lula e em outros locais. O Instituto Lula também é alvo da ação da PF.
A Operação Lava Jato teve início em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Petrobrás.
Segundo a PF, o ex-presidente é alvo de um dos mandados de condução coercitiva- quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. Ele não foi preso.
Perto das 8h40, Lula foi levado para o Aeroporto de Congonhas, em um carro descaracterizado, para depor à PF. Às 8h51, ele prestava depoimento dentro do aeroporto.
A PF também cumpre mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula, na casa e empresa dos filhos dele e no sítio que era constantemente frequentado por Lula, em Atibaia.
Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva.
200 policiais federais e 30 auditores da Receita Federal participam da ação, que foi batizada de “Aletheia”. O termo é uma referência à expressão grega que significa “busca da verdade”.
No Rio de Janeiro, os mandados estão sendo cumpridos na capital, assim como na Bahia. Já em São Paulo, os municípios em que a operação é realizada são: São Paulo, São Bernardo do Campo, Atibaia, Guarujá, Diadema, Santo André e Manduri.
Confusão
Manifestantes contrários e favoráveis ao ex-presidente Lula estão concentrados em frente à casa dele desde o início do cumprimento de mandados. Desde o início da manhã, há discussões e agressões no local. Dezena de carros buzinam na região.
Além das discussões a agressões registradas nas proximidades da casa do ex-presidente, também tem havido confusões constantes no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde Lula é ouvido pela PF.
Já na sede da PF em Curitiba, no Paraná, um grupo de pessoas acompanha do lado de fora a movimentação no local. Nesta manhã, é realizada uma coletiva de imprensa sobre a 24ª fase da operação. Há manifestantes com cartazes que apoiam a Lava Jato e que pedem a prisão do ex-presidente.

Investigações
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação foi deflagrada para aprofundar a investigação de possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas construtoras OAS e Odebrecht ao Lula e pessoas associadas.
Há evidências de que o ex-presidente recebeu valores oriundos do esquema descoberto na Petrobras por meio de um apartamento triplex do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP).
O avanço das investigações revelou evidências de que o ex-presidente recebeu, em 2014, pelo menos, R$ 1 milhão sem aparente justificativa econômica lícita da OAS para reformas e móveis de luxo.
Existe a suspeita também de que Lula tenha sido beneficiado com obras no sítio em Atibaia e com a armazenagem de bens por transportadora.
Ainda são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.
STF
No dia 29 de fevereiro, o procurador da República Deltan Dallagnol enviou uma manifestação à ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF),defendendo que uma investigação em curso sobre propriedades atribuídas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja mantida dentro da Operação Lava Jato, a cargo do Ministério Público Federal no Paraná.
Coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, Dallagnol destacou que possíveis vantagens supostamente recebidas por Lula de empreiteiras teriam sido repassadas durante o mandato presidencial do petista.